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O que é a interpretação de conferência

Interpretação é a transposição de um discurso oral/gestual emitido numa língua para outra língua. Os tipos de interpretação mais comuns são a interpretação de conferência, a interpretação de acompanhamento e a interpretação comunitária/judicial. 

A atividade de interpretação de conferência é exercida no quadro de reuniões multilingues e tem três modalidades: simultânea, consecutiva e sussurrada.

Tipos de Interpretação de Conferência

Casos Especiais

História da interpretação

As origens da interpretação estão nos primórdios da Humanidade. Desde que povos de línguas diferentes começaram a ter contactos entre si, que surgiu a necessidade de intermediários que facilitassem a comunicação.

A mais antiga referência conhecida a um intérprete encontra-se num hieróglifo egípcio do terceiro milénio antes de Cristo e há registos de intérpretes por todo o Mundo Antigo. Ainda que o seu trabalho fosse indispensável, os intérpretes eram muitas vezes alvo de desconfiança por serem frequentemente escravos, prisioneiros de guerra ou habitantes de áreas fronteiriças e porque falavam com o inimigo na própria língua deste sem que se soubesse o que diziam.

O estatuto do intérprete começou a melhorar a partir da Idade Média e, sobretudo, com os Descobrimentos portugueses e consequente florescimento das relações comerciais entre a Europa, o Oriente e o Novo Mundo.

A interpretação de conferência tal como a conhecemos atualmente, na sua modalidade consecutiva, teve início com o Tratado de Versalhes, em 1918, uma vez que alguns dos representantes americanos não falavam francês, a língua diplomática da época, com a fluência necessária para as negociações do armistício.

Quase três décadas mais tarde, com o final da Segunda Guerra Mundial, o Julgamento de Nuremberga obrigou a que fossem utilizadas simultaneamente quatro línguas: inglês, francês, russo e alemão. A interpretação consecutiva era impensável, pois alongaria imensamente a duração das sessões, pelo que a IBM disponibilizou um equipamento que seria o embrião do que viria a ser a interpretação simultânea.

Desde então, a interpretação simultânea tem vindo a impor-se nas grandes instituições internacionais, como a ONU e a União Europeia, e no mundo dos negócios e da cultura. Os intérpretes de conferência são hoje reconhecidos como profissionais altamente qualificados que contribuem para a comunicação entre falantes de línguas diferentes e, nessa medida, para a Paz entre os povos.

A formação de intérpretes de conferência

Um intérprete de conferência deve possuir um conjunto de competências linguísticas aprofundadas (uma ou duas línguas ativas e tantas línguas passivas quanto possível) e de aptidões psicofisiológicas (capacidade de interpretação simultânea e consecutiva, facilidade de expressão, boa dicção, auto controlo e resistência ao stress, capacidade de trabalho em equipa…), para além de uma sólida e variada cultura geral, resultante de estudos superiores e de uma experiência de vida multicultural e plurilinguística.

Para ser intérprete de conferência profissional não basta ser fluente em duas ou mais línguas. É preciso aprender a interpretar simultaneamente; dominar técnicas de tomada de notas em interpretação consecutiva; adquirir vocabulário em diferentes áreas especializadas; aperfeiçoar a colocação da voz e a capacidade de expressão; etc. Geralmente, são necessários alguns anos de formação e prática intensivos para se tornar um intérprete profissional.

As instituições europeias e internacionais recrutam os seus intérpretes em função das capacidades de interpretação evidenciadas e não apenas com base na posse de um grau académico específico. Contudo, uma pós-graduação especializada em interpretação de conferência é importante para a boa formação do intérprete.

Em Portugal, a única formação específica nesta área que tem o aval da DG Interpretação da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu é o Curso de Especialização em Interpretação de Conferências da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Este curso efetua uma criteriosa seleção dos formandos e o seu corpo docente é constituído por intérpretes profissionais acreditados juntos das instituições europeias.